Categorias
Autoajuda Autoconhecimento Feminismo Ordem Alfabética Saúde Emocional Uncategorized Viver bem

Ser Mãe é padecer no paraíso?

Para algumas mulheres, ser mãe é uma experiência incrível, fascinante, maravilhosa.

Para muitas outras, não!

E eu quero falar com você, que está sofrendo por achar que não é uma BOA MÃE.

Que não tem coragem de falar sobre seus sentimentos difíceis com relação à maternidade e a seu filho.

Que não ousa ir contra uma sociedade que diz que, para ser uma boa mãe, você tem que se sentir assim ou assado, fazer isso ou aquilo.

Que tem receio de dizer que tem uma série de sentimentos confusos e desagradáveis sobre a maternidade.

Acredite em mim. Você não está sozinha.


Sério, Alessandra? Outras mulheres também passam por isso?

Passam. E todos esses sentimentos são humanos, naturais e saudáveis.

Você pode ter crescido acreditando que ser mãe é PADECER NO PARAÍSO.

Sua mãe, sua avó, a propaganda na TV e as matérias de revistas insistem em colocar fotos e reportagens sobre a PLENITUDE de ser mãe.

Você já se questionou a respeito de algumas dessas crenças?
Que um filho é a principal realização e objetivo da sua vida?
Que estar grávida te faz iluminada e especial, que o pós-parto é um período de amor pleno, serenidade e alegria?
Que o seu filho tem que ser prioridade e estar acima de todas as suas necessidades e desejos?

Toda essa conversa fiada de regras, dicas, conselhos de COMO SER UMA MÃE PERFEITA, o que deve sentir por seu filho, como deve se comportar e educar sua criança, pode ter entrado em você, sem que nunca tenha refletido se é isso que realmente te torna uma boa mãe.

Isso não só não ajuda, como atrapalha e contribui para que esses assuntos virem um tabu na nossa sociedade que esperam que mães sejam SANTAS. E o resultado? Milhares de mães SOFREM CALADAS por se sentirem péssimas mães.

No mesmo momento em que um filho é concebido, nascem dificuldades, desafios e sentimentos desagradáveis.

“Meu corpo sofre alterações bruscas e repentinas.
Minhas horas de sono são insuficientes.
Tenho receio de não despertar mais o desejo sexual.
Estou insegura.
Eu era ‘dona’ do meu tempo e agora vivo em função do tempo do meu filho.
Sinto medo de não ter leite o suficiente para o meu bebê.
Meu filho chora e choro junto.
Que horas é minha folga?
Até alguns dias atrás, todo mundo me cercava de atenção e carinhos e agora me veem e já perguntam: cadê o bebezinho?
Quero desaparecer.
Estou irritada.
Minha rotina agora é não ter rotina.
Será que conseguirei dar banho nessa criatura tão pequenina sem afogá-la?
Como faço para o bebê voltar para dentro da minha barriga?
Será que eu queria mesmo isso?”

Mães adotivas também passam por algumas dessas situações e podem encarar um desafio maior ainda: como e quando contar sobre a adoção? O que devo fazer para que meu filho não se sinta rejeitado? E se alguém discriminá-lo por ser adotado? Etc.

Além de ter de se adaptar à dificuldade inicial do pós-parto ou da chegada do filho em casa, muitas mães têm que lidar com a culpa por acharem que não deveriam se sentir assim, e passam por tudo isso SOZINHAS, com vergonha e medo de compartilharem seus sentimentos confusos, porque, afinal, só deveriam sentir gratidão e felicidade.

Dizem que quando nasce uma mãe, nasce a culpa. Culpa é uma das especialidades das mães. E conforme a criança vai crescendo, muitas vezes a culpa também aumenta.

Os DESAFIOS de educar, cuidar e criar um filho em qualquer idade são enormes. Os sentimentos contraditórios e conflitantes dificilmente deixam de estar presentes.

O “ser mãe é padecer no paraíso”, em muitos momentos, é “padecer no inferno mesmo.”

Ufa, Alessandra! Estou aliviada em saber que tudo isso é natural! Sim, é natural.
Mas eles podem se tornar um problemão quando são guardados, escondidos, represados, porque você acha que NÃO DEVERIA ESTAR SENTINDO NADA DISSO.

E uma das razões é o medo. Medo de ser JULGADA. Medo do que os outros pensariam se soubessem como realmente se sente. Medo de que descubram tudo o que você está escondendo. Medo de não ser uma boa mãe. Falar sobre seus sentimentos contando com o APOIO DA FAMÍLIA e de amigos é fundamental nesse momento.

A pergunta “SEREI, SOU, FUI UMA BOA MÃE?” pode te perseguir até o final da vida. E você não vai conseguir responder SIM, se sua expectativa for ser uma mãe perfeita. Pois você NUNCA SERÁ UMA MÃE PERFEITA. ‘Mães’ e ‘perfeitas’ devem ser palavras usadas bem distantes uma da outra. E isso não diminui em nada o VALOR que você pode ter, sendo mãe. Se você conseguir se sentir uma MÃE SUFICIENTE, já é o bastante.

Sendo a melhor mãe que você conseguir. E a melhor mãe que você vai conseguir ser é uma MÃE HUMANA. E como todos os humanos vai errar, acertar, amar, ter raiva, se arrepender, gritar, ter orgulho, sentir carinho, ter vontade de sumir, ter vergonha porque você está APRENDENDO e se desenvolvendo como mãe.

Se você conseguir compreender que a relação com o seu filho será COMPLEXA, intensa, cheia de sentimentos contraditórios, como qualquer outra relação, você conseguirá fazer uma autoavaliação mais gentil, CARINHOSA e tolerante sobre o seu papel de mãe.

Porque vai ter certeza de que ESTÁ FAZENDO O SEU MELHOR. Isso é o suficiente. Isso já é muito.

Por isso, digo novamente: FALE SOBRE SEUS SENTIMENTOS! Não tenha tanto medo do julgamento do mundo. Questione e confronte os manuais e as regras que estão, a todo momento, querendo te ensinar o que é ser uma boa mãe. E que te fazem sentir cada vez mais solitária e inadequada por ter sentimentos conflitantes sobre a maternidade. E você vai se surpreender ao ver QUANTAS MÃES também estão sofrendo caladas, sentindo as mesmas coisas.

Porém, se os sentimentos desagradáveis são muito intensos e prevalecem a maior parte do tempo, fazendo com que você perca toda a alegria pelo nascimento do seu filho, é hora de dar mais ATENÇÃO a isso.
As pesquisas apontam que 10 a 15% das mulheres sofrem de depressão pós-parto (ou puerperal). O diagnóstico não é diferente da depressão comum (insônia, ansiedade, alteração no apetite, falta de energia, perda do prazer, baixa autoestima, etc) mas envolve também desinteresse em cuidar do bebê, preocupação excessiva, medo de machucar o filho ou machucar-se.
Se você acha que está com depressão pós-parto, procure AJUDA profissional. É possível cuidar disso e estar melhor nessa fase difícil.

Mesmo que você não tenha depressão pós parto, a psicoterapia é um ótimo recurso para te ajudar a lidar com todos as emoções desafiadoras que a maternidade traz.

E se você, mamãe, já se sentiu assim, deixe outras mamães saberem, curtindo, compartilhando e comentando o texto!

E um ótimo dia das mães!

 

Psicoterapia & Coaching para Mulheres 
Agende sua consulta: (11) 980131577⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Me acompanhe nas redes sociais
www.Facebook.com/PsicologaAlessandraCalbucci/
www.Instagram.com/psicologa_alessandracalbucci

Apaixonada pela psicologia,  me dedico a cuidar do universo emocional das mulheres. Tenho contribuído para que elas tenham mais autoconhecimento, se sintam mais fortalecidas, melhorem a sua autoestima e o amor próprio.  Procuro ajudá-las  para que consigam  realizar mudanças saudáveis e transformar suas relações (com elas mesmas, com os outros e com as situações da vida), em algo que traga mais sentido e prazer à sua existência. Além da psicoterapia e do coaching, ofereço palestras e workshops.
Agende sua consulta:
http://www.alessandracalbucci.com.br/contato/

 © 2019 por Alessandra Calbucci. Todos os direitos reservados.
Este texto é de autoria da psicóloga Alessandra Calbucci. Ele pode ser compartilhado sem alterações, citando a fonte e a autora.

Categorias
Feminismo Ordem Alfabética

O Brasil que eu quero é um Brasil sem marido!

Eu quero um Brasil sem marido. Esse é o Brasil que eu quero!

O vídeo abaixo é  divertido mas nos mostra uma triste realidade:

O conceito da mulher que é responsável por todos os afazeres domésticos é tão forte na nossa sociedade que, como Luzia, muitas vezes não vemos perspectiva de mudança para uma relação mais igualitária.